terça-feira, 9 de dezembro de 2014

1000

Bom dia amigos!

Hoje, no caminho do meu trabalho, lembrei de um dado bem legal para mim e que não comentei no último post deste blog. 

Durante o engarrafamento da minha Rauchbier, eu atingi a marca de mais de mil garrafas envasadas! Isso mesmo, meu primeiro milheiro de cervas produzidas já foi atingido e espero chegar a muitos outros. 

A gente vai produzindo, testando novos estilos, buscando sempre a excelência nas brassagens; mas não se atenta para pequenos detalhes e que são muito significativos. Enquanto caminhava para pegar o metrô, vinha pensando "com meus botões" se havia necessidade de comprar insumos e/ou outros materiais para estocagem. Foi aí que lembrei-me que durante o envase da Rauchbier, no início do processo, abri meu segundo saco com mil tampinhas para completar o trabalho.

Que os santos cervejeiros me proporcionem este momento inúmeras e inúmeras vezes mais!

Cheers!


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Rauchbier - Final

Quebrando um pouco a tradição desta smoked beer, eu a produzi usando leveduras de alta fermentação numa base de uma northern brown ale. Seguem minhas avaliações:
  • Aromas: bem defumado com notas marcantes de bacon e caramelo. Sem presença de notas de lúpulos
  • Aparência: âmbar escuro, colarinha bege claro e de persistência média
  • Sabor: Seguindo as aparências dos aromas, levemente amadeirado com também notas de bacon. Amargor de lúpulo muito pouco presente. Paladar doce e pouco maltoso
  • Sensação na Boca: corpo médio a suave
Apesar de não ser filtrada, presença quase imperceptível de sedimentação de leveduras no copo. Eu gostei muito desta minha primeira experiência.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Coisas que Acontecem Quando Descobrem que Você faz Cerveja

01 - Ué, mas dá para fazer cerveja em casa? 
É o momento em que o cervejeiro caseiro é visto meio como se fosse um ET. As pessoas em geral acham que é preciso ter uma fábrica monstruosa para produzir o precioso líquido. Isso sem contar as matérias primas, os "maltes e lúpulos importados". E outra coisa é a própria alquimia envolvida, que acaba se tornando tema de uma bateria de perguntas subsequentes sobre o processo. Hoje em dia, já consegui restringir a explicação do processo todo a menos de 60 segundos, mas foi necessário um bom tempo treinando. 

02 - Quando coloca o álcool? 
Nesse momento, é difícil conter a risadinha. Claro, é uma pergunta que, vindo do leigo, faz sentido. Mas aí entra em cena uma piadinha digna do equivalente cervejeiro do "tio do pavê": quem faz a cerveja é o fermento, o cervejeiro faz mosto (o "caldo de cevada" do início do processo). O açúcar contido no mosto é consumido pelo fermento (no caso, fungos do gênero "Sacarômice", literalmente, "fungo do açúcar", em grego), gerando álcool e gás carbônico. A quantidade de álcool vai depender então, em princípio, do açúcar presente no mosto – mas é também condicionada a outros detalhes da produção, que não vale a pena discutir aqui. 

03 - E fica igual a uma cerveja normal? 
Dá vontade de esquecer a modéstia e dizer "Fica melhor". Mas é bom ter cuidado, porque cervejas feitas em casa estão sujeitas a problemas no processo para os quais uma grande indústria costuma estar bem vacinada – ainda que haja cervejas industriais também com defeitos perceptíveis. Se o cervejeiro tiver atenção aos detalhes, e principalmente, à sanitização (limpeza) dos equipamentos, para evitar contaminações por bactérias e outros microorganismos que alteram o sabor da bebida, são grandes as chances de sair uma ótima cerveja. Há outras cascas de banana que a prática - e a troca de informações, constante no meio artesanal – vai ensinando a evitar. 

04 - Vamos fazer um churrasco um dia desse! Eu preparo a carne, e você faz a cerveja... 
Chega a ser engraçado ver a cara de decepção das pessoas quando você conta que o processo que começa com a brassagem (cozimento dos grãos), a fervura com lúpulo (para gerar o amargor) dura entre umas quatro e oito horas, podendo chegar a 12 horas ou mais em casos extremos, e a cerveja mesmo só vai estar prontinha para ir ao copo, em média, uns 15 dias depois disso. Isso numa estimativa otimista, e considerando uma cerveja simples, que não exija muita maturação para "arredondar" as características. Há casos, e não são raros, de cervejas que ficam seis meses, um ano, ou até mais, antes de estarem no ponto ideal para o consumo. Paciência é a maior virtude do cervejeiro. 

05 - Ah, mas dá muito trabalho. Não é mais fácil comprar? 
Claro que é mais fácil comprar. Óbvio ululante, como diria o saudoso Nélson Rodrigues. E, dependendo do nível de consumo (coisas da economia de escala), também é mais barato comprar. Mas essa não é a questão. O principal é ter a capacidade de produzir a cerveja do jeito exato que você quer. É poder usar a criatividade para misturar ingredientes diversos (os cervejeiros caseiros em geral ignoram, felizmente, a corrente moralista que prega a "pureza" da cerveja restringindo-a aos ingredientes básicos) para obter aromas e sabores diferentes, também de acordo com o gosto. É como aprender a cozinhar e não depender mais do chef do restaurante x ou y para ter uma refeição agradável. Em uma palavra: liberdade. 

06 - Quando vou provar a sua cerveja? 
Parafraseando o filósofo e poeta popular brasileiro Wagner Domingues da Costa, "cerveja caseira não se pede, cerveja caseira se conquista". Fazer cerveja em casa pode ser diversão, terapia, passatempo, mas exige investimento de tempo e dinheiro. A cerveja caseira é fruto de esforço, e deve ser valorizada como tal. Portanto, se você tem um amigo ou amiga que produz cerveja, faça a ele ou ela um favor: jamais diga a frase acima. Se você se interessar pelo processo, quiser observar para aprender, ou arregaçar as mangas para ajudar, ótimo. Dificilmente, ele recusará um par de mãos extras na hora da ralação, e a cerveja poderá vir depois como recompensa, isso acontece muito. Mas nunca, nunca mesmo, aja como se fosse uma obrigação ele ou ela te dar uma cerveja. 

fonte: Márcio Beck

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Rauchbier

A TABACARIA
(Classic Rauchbier)
Foi lançado mais um desafio a ser batido. E desta vez não é uma cerveja qualquer, é uma das mais saborosas e encorpadas cervejas que conheço. O desafio a mim lançado foi elaborar uma receita de cerveja que seja harmonizada com charutos, e vi neste estilo a melhor solução para a questão. Depois de muitas pesquisas sobre a formulação da receita, onde busquei cruzar informações sobre os ingredientes mais usados e suas devidas proporções, desenvolvi uma combinação com maltes facilmente encontrados por todos nós aqui no Brasil.
E para dar um toque a mais na receita, a cerveja será maturada a 1°C por 30 dias com chips de carvalho francês que ficaram embebidos na vodka por 40 dias. Em dezembro conto como ficou a cerveja para os apreciadores de charutos.

Ficha Técnica:

- OG: 1060
- FG: 1014
- IBU: 27,0
- SRM: 17,9
- ABV: 6,1%
Ingredientes:
- 52% Malte Defumado
- 36% Malte Pale
- 7% Melanoidina
- 5% Carafa Special I
- Hallertauer Mittelfrueh (60’ fervura)
- Nottingham Yeast (sachê)
- Chips de Carvalho Francês

terça-feira, 14 de outubro de 2014

BJCP 2008 Planilhado

Bom dia cervejeiros!

Como administrador, tenho mais facilidade em trabalhar com planilhas do que com textos. Assim, resolvi "planilhar" o BJCP 2008 o que tem me ajudado bastante a fazer comparativos entre estilos. Além das descrições, fiz também uma média das referências de cada uma, para melhor trabalhar nas montagens das minhas receitas. Mas a versão 2014 do BJCP está prontas mas ainda está em análise. Assim que oficializarem esta, atualizo esta versão. Espero que esta planilha ajude vocês assim como tem me ajudado bastante.

Clique na figura abaixo para poder abrir a planilha.


Cheers!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

09 Curiosidades da Oktoberfest de Munique


1 - A fama da Oktoberfest é sempre confirmada pelo grande número de visitantes (mais ou menos 6 milhões por edição). O recorde foi em 1985, com pouco mais de 7 milhões de pessoas − numa época em que a Alemanha ainda estava dividida entre Oriental e Ocidental.

2 - Um dos pontos característicos da Oktoberfest de Munique são os grandes pavilhões das cervejarias, com milhares de assentos (mais ou menos 10 mil). The Oxford Beer Companion afirma que a maior tenda é a da Spaten, com cerca de 6 mil assentos cobertos e 4 mil descobertos, seguida da Hofbrau, com 6.898 cobertos e 3.022 descobertos.

3 - Todas as cervejas são servidas no clássico Masskrug, copo de 1 litro que nos faz recordar muito a Alemanha. Para os garçons e garçonetes, levar esses copos até as mesas com certeza não é fácil, sobretudo devido ao peso e à quantidade de pessoas nos pavilhões. Mas neste ano foi estabelecido um novo recorde: um garçom conseguiu levar 27 masskrug cheios e servi-los.

4 - A Oktoberfest nasceu em 2 de Outubro de 1810, para celebrar o casamento do príncipe Ludwig da Baviera. As celebrações, na qual foram convidados todos os cidadãos, teve um sucesso tão grande, que se decidiu repetir a festa todo ano em comemoração ao aniversário de casamento do príncipe. Obviamente a cerveja foi protagonista desde o começo, virando em poucos anos o principal elemento da festa.

5 - Na Oktoberfest de Munique, são aceitas somente as cervejas das 6 principais cervejarias de Munique: Augustiner, HB, Spaten, Lowenbrau, Paulaner e Hacker-Pschorr. No passado houve muitas reclamações e protestos devido a esse “vínculo”, levando a questão a ser discutida nos altos poderes do Reino da Baviera. O príncipe Leopoldo da Baviera, proprietário da cervejaria Kaltenberg, tentou de todas as maneiras colocar os seus produtos na Oktoberfest. Mas a tradição resistiu até mesmo às pressões da realeza, e o príncipe teve de aceitar as regras.

6 - De 1810 até hoje a Oktoberfest foi cancelada somente 24 vezes, devido a conflitos mundiais, epidemias, inflação ou por outras razões. Em 1946 e 1947, logo depois da II Guerra Mundial, foram organizadas duas edições não oficiais, consideradas ilegais.

7 - A fama da cerveja alemã baseia-se também sobre os seus preços acessíveis. Mas a Oktoberfest é uma exceção, sendo considerado um dos lugares onde a cerveja local tem o preço mais elevado (mais ou menos € 9 o litro).

8 - Tradicionalmente as cervejas servidas durante a Oktoberfest são do estilo Marzenbier, também chamada de Oktoberfestbier, mas neste último termo pode ser usado somente pelas cervejarias participantes da festa, enquanto as outras cervejarias usam um termo mais genérico: Festbier. Obviamente esse estilo de cerveja é produzido no mundo todo, tanto que o maior produtor do mundo desse estilo não é nem alemão. A cervejaria americana Samuel Adams produz a Octoberfest, produção maior do que qualquer outra Märzen alemã.

9 - “O'Zapft is!” é a exclamação feita pelo prefeito de Munique no momento da abertura da festa. É uma frase em dialeto bavarese que quer dizer: “Foi aberta!”.

Por todas essas e outras razões, a Oktoberfest de Munique é um evento para ser visitado pelo menos uma vez na vida.


fonte: Beer Art

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

07 Maneiras de se Tornar um Bom Degustador de Cervejas

Qualquer pessoa que tenha desenvolvido um mínimo apreço por cervejas artesanais, em algum momento de seu desenvolvimento como degustador, sentiu a frustração perante a aparente inabilidade de discernir as nuances e detalhes de uma cerveja. A cerveja é um gosto adquirido, e saborear uma cerveja é uma habilidade que pode ser desenvolvida com uma dose de esforço consciente. Seu paladar é mais que somente o conjunto de órgãos sensoriais físicos responsáveis pela detecção de gostos e aromas que compõem o sabor. O paladar também inclui os processos mentais que acompanham as características da cerveja e que auxiliam na decodificação de todos estes sinais que estão sendo emitidos por seu nariz e papilas gustativas. O paladar de cada indivíduo é distinto e ajustado de forma única, e, embora estejamos, até certo ponto, limitados a nossas características natas, a habilidade de um degustador sempre pode ser aprimorada.

Imagine seu paladar como um músculo; ele precisa de exercício para fortalecer-se. E da mesma forma que treinar na academia sem uma rotina definida não leva à conquista um corpo malhado, simplesmente beber diferentes cervejas, por si só, também não vai necessariamente aprimorar seu paladar. Vá além da rotina de repetição de suas cervejas favoritas e treine seu paladar com estes exercícios que vão permitir suas papilas gustativas atingir a melhor forma.
  1. O Alongamento: Poucas coisas na vida superam beber uma deliciosa cerveja artesanal, mas saborear uma pode ser uma delas. A diferença reside unicamente em sua predisposição mental. Saborear uma cerveja trata-se de beber com ponderação e consciência, provando os gostos e aromas e prestando atenção nos elementos individuais da cerveja e na complexa interação dinâmica que compõe a experiência do sabor. Nem todo copo de cerveja que se beber deve ser criticamente analisado, mas o quanto maior for o tempo dedicado ao saborear consciente, mais rápido seu paladar se desenvolverá.
  2. A Respiração: Os receptores em nossas vias nasais são responsáveis por boa parte do impulso sensorial percebido por nós como gosto (experimente sua cerveja favorita com o nariz fechado para sentir a diferença), mas nem todos estes aromas têm que entrar pelo seu nariz para serem percebidos. Aromas retronasais ocorrem porque as vias nasais conectam-se à boca e à garganta (pelo palato) de modo que aromas podem ir da boca até as cavidades nasais - especialmente ao se engolir. Na próxima vez em que for tomar um gole de cerveja, exale através do nariz e preste atenção a quaisquer aromas que você possa perceber. Isto pode lhe dar uma perspectiva até então inédita sobre o sabor de uma determinada cerveja.
  3. Repetições: O segredo de sermos capazes de identificar todos estes misteriosos sabores que acontecem em uma cerveja reside na capacidade de colocarmos em palavras as sensações percebidas pelo nariz e pela boca. Quanto maior for o seu estoque mental de aromas, maior a capacidade de você descrever o sabor de uma cerveja. Deve-se buscar perceber diferentes cheiros constantemente. Sinta o cheiro de sua comida. Sinta o cheiro de sua vizinhança. Sinta os cheiros à sua volta e comece a montar uma vasta biblioteca de cheiros-memórias. Isto é de especial importância ao saborear-se toda a pungência e complexidade das IPAs produzidas hoje em dia. Ao confrontar-se com uma IPA carregada de aromas frutados tropicais, será possível sentir a diferença entre os aromas de manga, mamão, abacaxi e goiaba? Que tal uma visita à seção de hortifrutigranjeiros de seu supermercado (ou, melhor ainda, à tradicional feira de bairro) para experimentar todos aqueles cheiros?
  4. Teste Cego: Nossos cérebros fazem a maior parte do trabalho na hora de saborearmos as coisas, e os cérebros têm muitas opiniões e noções pré-concebidas. Às vezes, é melhor deixar estes preconceitos de lado e deixar seu cérebro concentrar-se somente no impulso sensorial. Um teste cego pode ser uma maneira útil de experimentar novas cervejas e também as velhas favoritas. É difícil organizar um teste cego por si próprio, mas convide alguns amigos e revezem-se servindo rodadas para os degustadores. Em uma versão mais divertida do Desafio Pepsi, experimente uma Miller versus Coors versus Budweiser (Brahma Extra versus Skol versus Stella Artois...) em um teste cego para realmente exercitar a percepção do paladar para seu cérebro.
  5. Triângulos: Um método de teste cego favorito entre especialistas de controle de qualidade de cervejarias é chamado o “teste triângulo”, onde são servidos três copos ao degustador, dois dos quais contendo a mesma cerveja, enquanto o terceiro contém uma cerveja diferente. O objetivo é identificar qual copo contém a segunda cerveja (e, normalmente, o que a faz diferente da outra). Este exercício é uma ótima maneira de discernir as sutis diferenças entre duas cervejas similares. Na próximas vez que comprar um "six pack" de IPA, guarde uma garrafa no fundo da sua geladeira e deixe outra sobre o balcão da cozinha. Retorne daí a um mês e faça o teste triângulo e veja se consegue perceber a diferença que a (falta de) refrigeração faz.
  6. Olhe para Dentro: O olfato é um sentido engraçado - a informação bruta que chega ao seu cérebro vinda do seus receptores nasais é, na verdade, pré-processada na mesma região de cérebro que é responsável pela memória e emoção! Degustadores inteligentes podem fazer bom uso disso ao prestar atenção às emoções e memórias despertadas pelo sabor de uma cerveja. Concentre-se nas memórias que vem à mente ao provar uma cerveja e tente decodificar porque aquela IPA faz você lembrar da casa da sua avó. Talvez os lúpulos estejam lembrando aquele canteiro de jasmins no quintal dela, e agora você já possui algumas palavras (floral, jasmim) com as quais ficará mais fácil descrever o sabor.
  7. Treinamento Cruzado: Em pouco tempo seu paladar vai estar em plena forma para começar a apreciar os sabores das cervejas artesanais ainda mais, mas você pode atingir um limite depois de algum tempo. Uma solução seria aplicar estes exercícios de gosto a outras bebidas e comidas, além de cervejas. Dedique uma semana à degustação de vinhos, bourbons, ou runs. Compare chocolates de diferentes qualidades. Mergulhe nos sabores oferecidos por chás e cafés. Todas as suas habilidades de degustador de cerveja serão postas em prática, e os novos gostos e aromas irão lhe dar mais perspectiva dos sabores das cervejas. Mas um aviso: uma vez descoberto este novo universo de sabores - desvendado com ajuda de seu recém-desenvolvido paladar - será difícil voltar à velha cerveja de supermercado.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Avelã Brown Ale

Olá Cervejeiros!

Bom, nem sempre vivemos de acertos em nossas brassagens. Há um mês atrás, resolvi brassar uma Brown Ale com adição de avelãs na receita, para dar um toque melhor nas notas de frutas secas. Mas antes de proceder a brassagem, pesquisei bastante sobre o uso dessas frutas em uma cerveja e vi que a grande preocupação era com os óleos que estes insumos soltavam durante a fervura. Busquei mais informações a respeito e até um chef de cozinha eu questionei sobre a melhor maneira de se extrair esses óleos da avelã.

Fui recomendado a macerar a avelã em um pano para retirar o excesso de óleo. Depois, cobrir uma assadeira com uma "cama" de maçã desidratada e levar ao forno por uns 20 minutos. Essa cama de maçã serviria como um absorvente desses óleos indesejáveis. Realmente, depois de assar as avelãs, as maçãs haviam puxado bastante óleo da porção, o que tinha me deixado bastante animado.

Procedi com a produção como deveria e para meu espanto, ontem ao degustar a primeira garrafa da minha utopia, tive minhas decepções:
01 - A carbonatação não ocorreu como previsto e tenho certeza que os óleos remanescentes nas avelãs contribuíram para este insucesso. Como meu amigo Juninho disse: "parece que estamos servindo Coca Cola - você põe no copo, dá aquela espuma toda e logo depois some tudo". E foi isso mesmo o que aconteceu. A foto abaixo mostra o momento seguinte que havia servido a cerveja no copo.
02 - O aroma já indicava oxidação da cerveja, pelo forte cheiro de "ferro" que senti antes de degustar. E ao provar a cerveja, minha impressão havia se confirmado. Mas já adianto que este problema foi causado por um erro grotesco da minha parte: pus a cerveja para fermentar e maturar em um balde de 10lts, sendo que a produção não havia passado dos 04lts, ou seja, havia 60% de espaço livre para o oxigênio "trabalhar" à vontade.
03 - O paladar não lembrava nem de longe uma brown ale. Sinceramente, o gosto estava irreconhecível. A mistura de óleos e oxidação estragou muito a cerveja e não me permitiu distinguir nada na receita. Uma pena!

Não vou desistir, mas minha próxima receita levará essência e não mais a fruta in natura.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

3° Lote

Olá cervejeiros!

Eis que neste último final de semana, brassei meu terceiro lote de CaiCai Imperial IPA - uma cerveja com modestos 120 de IBU e aproximadamente 10% de ABV.

Estou surpreso com o feedback que tenho recebido dos meus amigos, que têm elogiado bastante a cerveja e me encomendaram esta leva. Fato este que fez com que quase toda a produção já esteja reservada e vendida. Aos interessados, a receita encontra-se neste blog. Para melhor acessá-la, clique aqui ou visite meu site.

Mais uma vez, espero que esta produção tenha ficado tão boa quanto as anteriores e que os deuses das cervejas olhem por mais esta cria!

Um grande abraço a todos.

Cheers!






Chega a Ser Engraçado!

O que o seu estilo de cerveja preferido diz sobre você? De tanta besteira que a gente encontra na internet, esta chega a ser até engraçada.

Cheers!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

BJCP 2014

O Presidente do BJCP – Beer Judge Certification Program, Gordon Strong, anunciou que a reunião anual da entidade vai tratar da revisão do seu renomado Guia De Estilos, base para inúmeros concursos de cerveja no mundo inteiro. Desde sua criação, em 1997, houveram mais quatro revisões, em 1998, 1999, 2004 e 2008, todas elas no sentido de atualizar as descrições para acompanhar a evolução da criatividade dos cervejeiros. A atualização desse ano será feita pelo Comitê de Diretrizes de Estilos, que é permanente dentro da entidade e foi criada há 10 anos. Ela é formada por juízes BJCP que voluntariamente analisam, coletam informações e cadastram novos estilos e sub-estilos.

Segundo Strong, o prazo para as atualizações tinha sido definido para ser feito a cada 4 ou 5 anos, mas como várias coisas dependem do Guia, como as provas para novos juízes e as traduções, ela foi atrasada um pouco desde a última versão. Sobre as novas tendências, Strong afirma que o BJCP está atento ao que acontece, mas não vai criar novos estilos baseados em meras tendências. “Tendências vão e vem, algumas vezes rapidamente. Nós não estamos interessados em experimentações, que podem ser inscritas nas categorias especiais”, diz ele.

A previsão é que a nova atualização inclua novos estilos como Australian Sparkling Ale, English Golden Ale, Grodziskie, American Strong Ale, English Strong Ale, Wild Ale, Wheatwine, Specialty IPAs, Czech Amber and Dark Lagers, além de uma completa revisão dos estilos Ingleses, Escoceses e Alemães. Perguntado sobre a inclusão do estilo Black IPA/IBA/Cascadian Dark Ale, Strong deu a entender que ele será incluido dentro das Specialty IPAs, com o nome Black IPA, colocando fim à polêmica.

A ideia do BJCP é terminar a revisão até a National Homebrewers Conference, que acontecerá na Filadélfia entre os dias 12 e 14 de junho.

Fonte: Site Bebendo Bem

Clique aqui e tenha um resumo das mudanças que aparecerão no novo BJCP. Clicando na logomarca do BJCP abaixo, você poderá acessar a versão Draft do novo guia, ainda não oficializado.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Hazelnut Brown Ale

Olá!

Com um bom apreciador das cervejas oriundas da Escola Inglesa, recentemente produzi uma Northern Brown Ale, que modéstia a parte, ficou muito boa.

Mas decidi elaborar uma receita com esta mesma N.B.A. adicionando avelã na produção. E para aumentar ainda mais as minhas inovações, foi com esta receita que me iniciei no processo BIAB de fabricação de cervejas. Achei muito interessante esta metodologia, principalmente porque podemos testar receitas sem maiores consequências quando o resultado atingido não é o esperado; além de um processo de brassagem bem mais rápido que o convencional.

A receita é a mesma da minha Brown Ale (vide link), mas com adição de avelãs faltando 40 minutos no processo de fervura.

Em breve, postarei os resultados da produção. Hoje a noite ela entrará no processo de maturação e daqui a alguns dias matarei minha curiosidade!

Cheers!




Charlie's Brown Ale

E aí pessoal!

Eis que finalmente minha Brown Ale ficou pronta. E como todo bom pai que quando vai falar dos filhos não economiza elogios, essa minha receita ficou muito boa, bem fiel. Está com um corpo leve mas com notas de caramelo e castanhas bem presentes. A lupulagem ficou bem leve no sabor, mas com maior presença no aroma. Ela ficou com pouca turbidez pois usamos com sucesso o Whirfloc na brassagem, o que reduziu significativamente as partes em suspensão. Com teor alcoólico em torno de 4,1%, uma ótima pedida para aqueles dias quentes em que você quer beber uma inglesinha bem original!

Abaixo, seguem fotos do primeiro copo bebido nesse final de semana. A qualidade da foto não está das melhores, pois foi feita com celular e à noite. Assim que tiver uma melhor, coloco no site.

A receita da cerveja está aqui no blog, vide publicação.

Cheers





terça-feira, 22 de julho de 2014

Brown Ale

Olá Pessoal!

Seguem as primeiras imagens da minha Brown Ale brassada no último domingo, dia 20/07. Os aromas estavam bem marcantes na panela, com muita presença de notas de caramelo e de amêndoas.

E ansioso demais pra engarrafar essa belezura!

Cheers







terça-feira, 15 de julho de 2014

Tabela Comparativa e de Equivalência de Lúpulos

Olá Cervejeiros!

Pesquisando sobre lúpulos no site Hopunion, elaborei essa tabela comparativa e de equivalência do bendito insumo; conforme as fichas técnicas encontradas no mesmo. Ótimo pra quem tem dúvida sobre qual lúpulo usar em sua cerveja e quais são suas equivalências no mercado. 

Cliquem na imagem abaixo que o aquivo irá abrir. Façam bom proveito.


Cheers!


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Em breve...

?????
(Northern Brown Ale)
Eis uma cerveja que há muito tempo vinha pensando fazer, mas nunca tirava do papel a vontade, fosse por preguiça de montar uma receita, falta de tempo ou memória quando sobrava este último. Pesquisei em alguns sites como o BeerSmith Recipes ou BeerTools esta receita e busquei as analogias de maltes propostos com os que são vendidos no Brasil. Não foi difícil, mas como BH (ainda) é uma porqueira para se comprar insumos, estou usando maltes alemães para essa primeira receita.
Ainda não brassei esta criança, de nome ainda indefinido; e quando a tiver feito, posto os resultados aqui no blog.
Ainda pretendo usar frutas secas, como nozes ou castanhas, mas ainda estou estudando o melhor meio de usa-las sem estragar a cerveja, devido às grandes quantidades de óleos liberados por esses insumos.

Ficha Técnica:

- OG: 1048
- FG: 1012
- IBU: 25,9
- SRM: 24,00
- ABV: 4,9%
Ingredientes:
- 60% Malte Pale
- 20% Carared
- 15% Caramunich II
- 5% Carafa Special I
- Fuggles (60’ fervura)
- Fuggles (15’ fervura final)
- S-04 (sachê)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Minha "Nova Filha"

Olá cervejeiros!


HIGHWAY TO HELL
(Imperial IPA)
Apresento a vocês o segundo lote da minha Imperial IPA com 120 de IBU e 9,5% de ABV. Esta cerveja está apresentando, no sabor, notas cítricas, caramelizadas, e florais mais presentes que no primeiro lote; além de aromas de tâmara e noz moscada também mais acentuadas. Acredito que a redução de 1,5% no ABV em relação a produção anterior, ajudou muito nestas novas apresentações. Espuma presente mas com persistência não muito longa - característica de uma tradicional inglesa. Cor caramelo escuro com transparência muito boa, mesmo ela não tendo sido filtrada.

Resumindo, quem gosta de uma IPA bem lupulada, essa ficou 10.

Cheers!.

Ficha Técnica:

- OG: 1088
- FG: 1018
- IBU: 119,5
- SRM: 14,7
- ABV: 9,5%
Ingredientes:
- 54% Malte Pale
- 13% Carared
- 8% Caramunich II
- 25% Candy Sugar Clear
- Chinook (60’ fervura)
- Nugget (10’ fervura final)
- Chinook (dry hop)
- Nugget (dry hop)
- T-58 (sachê)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Comparativo de IBUs por Estilo

Olá moçada!

Imagino que o que estou postando abaixo não seja novidade para muitos de vocês, mas acho que pode ser um material interessante aos visitantes da minha página. A tabela abaixo mostra um comparativo de estilos de cervejas conforme seu índice de amargor (IBU).

Espero que seja de boa serventia àqueles que não têm esta tabela!

Cheers!

terça-feira, 10 de junho de 2014

Convertendo SRM x EBC

Olá cervejeiros!

Sempre que buscava novas receitas por aí, me deparava com a seguinte questão: uso a referência norte-americana (SRM) ou européia (EBC) para mensurar a cor da minha cerveja. Assim, tomei como base a tabela SRM, por ser mais detalhada que a EBC.

Abaixo segue uma tabela de comparação entre as duas escalas que facilita muito na hora de montar uma receita. Logo em seguida, uma tabela de conversão SRM x °L (Lovibond)

Cheers!

Referências: Link 1  / Link 2  / Link 3  / Link 4

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Starter de Leveduras

Olá moçada!
Vai uma dica de como usar a calculadora de leveduras para realização do starter.

1) MODO DE PREPARO
  • Ferver a água com DME em um frasco erlenmeyer na proporção de produção por 15 minutos;
  • Resfriar a mistura depois do passo acima;
  • Começar a circulação pelo agitador magnético por 24 horas;
  • O frasco erlenmeyer deverá estar fechado com papel alumínio, a fim de se evitar contaminação.

2) USANDO A CALCULADORA (Calculadora)

  1. Definir o tipo de fermentação
  2. Definir o volume de fermentação, volume total que vai ao fermentador
  3. Descrever o OG da cerveja pós lavagem e que vai a fermentação
  4. Quantidade de células a serem obtidas com o Starter
  5. Um tubo de fermento líquido equivale a aproximadamente 100 bilhões de células
  6. Data de produção do fermento presente do tubo
  7. Volume de DME “startado” no agitador magnético. Esse valor nos segundo e terceiro passos são TOTAIS.
  8. Total de células obtidas com o starter. ATENTAR PARA ESSE VALOR NÃO EXTRAPOLAR A NECESSIDADE CALCULADA (Item 4). 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Benefícios da Cerveja


Com o inverno se aproximando, a temporada de clima seco demanda maior cuidado com a saúde. A associação entre baixas temperaturas, maior nível de poluição do ar e diminuição da ocorrência de chuvas, aumenta os casos de alergias e infecções respiratórias, principalmente gripes e resfriados. Estudos já demonstraram que a cerveja pode ser uma importante aliada para diminuir o risco de infecções respiratórias.

O lúpulo, presente na cerveja, é uma planta usada para estabilizar os sabores e aromas da bebida e possui substâncias com ações anti-inflamatórias e antioxidantes e outros efeitos bioativos. Uma latinha de 350 ml contém teor de polifenóis semelhante a um cálice de 120 ml de vinho tinto (112 mg vs. 124,9 mg, respectivamente). Quanto maior a quantidade dessa substância, maior as chances de prevenção de doenças. 

Uma recente pesquisa japonesa publicada este ano demonstrou que compostos do lúpulo são capazes de inibir a multiplicação do vírus respiratório, contribuindo com a proteção contra a pneumonia, outra doença frequente nesta época. Além da atuação direta na inibição dos vírus causadores de infecções respiratórias, há evidências de que o consumo moderado de cerveja ainda traz benefícios para o sistema imunológico, tornando o organismo mais resistente contra algumas infecções. 

Pesquisadores europeus do Centro de Información Cerveza y Salud, de Madri na Espanha, verificaram que o consumo diário de 330 ml de cerveja por mulheres e 660 ml por homens, no período total de um mês, aumentou a concentração de células de defesa do sistema imune nas mulheres, e a produção de anticorpos em ambos os sexos. 

Estudos com o lúpulo também comprovam que este ingrediente ainda é capaz de aumentar a atividade do neurotransmissor GABA – uma substância liberada pelos neurônios que diminui a ação do sistema nervoso, promovendo um efeito sedativo. A planta é alternativa possível para tratamentos de insônia e outros distúrbios do sono, que são condições associadas ao estresse e ao prejuízo da função do sistema imune. 

A paixão nacional dos brasileiros, segundo o que apontam as pesquisas do Ibope, além de ser uma bebida saborosa e agradável possui propriedades importantes, e quando aliada a uma rotina de hábitos saudáveis, alimentação balanceada e atividade física, pode trazer benefícios para a saúde. É possível aproveitar os benefícios da cerveja sem abrir mão de saúde e do bem-estar.


fonte: Hora de Santa Catarina

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ótima Entrevista

Vale a pena ver esta entrevista com o Ronaldo Rossi


Cálculo do Primming

Olá cervejeiros!

Tenho lido em alguns canais ou redes sociais dúvidas frequentes sobre o uso do primming na refermentação da cerveja. Nas minhas brassagens iniciais eu usava uma conta ensinada em um dos cursos de fabricação que fiz que era a seguinte: se eu fosse engarrafar 50 litros de cerveja, fervia 500ml de água com 500gr de açúcar refinado. Em muitas cervejas minhas usei esta proporção, mas sempre observava que as cervejas carbonatavam excessivamente.

Há alguns meses, um amigo meu sugeriu usar a proporção 4x1 (quatro partes de água para cada parte de açúcar) na equivalência de 8,0gr de açúcar para cada litro de cerveja a ser carbonatada. O quadro abaixo explica melhor essa proporção em um exemplo de 20 litros de cerveja engarrafada.


Notei que a espuma produzida reduziu sensivelmente, deixando a cerveja melhor carbonatada, mas sem perder a consistência.

Espero que tenha ajudado e caso aqueles que não conheciam esta proporção e forem experimentar, favor mandarem seus depoimentos.

Cheers!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Filosofia do Bom Cervejeiro


Tabela de Conversão

Olá pessoal!

Quando comecei a brassar, tive uma dificuldade imensa em achar um refratômetro que já medisse em SG; somente encontrava aparelhos com escalas em BRIX. Por isso, montei essa tabela de conversão que tem me ajudado muito agilizando as leituras durante a brassagem. Espero que façam bom proveito.

Cheers!