quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Avelã Brown Ale

Olá Cervejeiros!

Bom, nem sempre vivemos de acertos em nossas brassagens. Há um mês atrás, resolvi brassar uma Brown Ale com adição de avelãs na receita, para dar um toque melhor nas notas de frutas secas. Mas antes de proceder a brassagem, pesquisei bastante sobre o uso dessas frutas em uma cerveja e vi que a grande preocupação era com os óleos que estes insumos soltavam durante a fervura. Busquei mais informações a respeito e até um chef de cozinha eu questionei sobre a melhor maneira de se extrair esses óleos da avelã.

Fui recomendado a macerar a avelã em um pano para retirar o excesso de óleo. Depois, cobrir uma assadeira com uma "cama" de maçã desidratada e levar ao forno por uns 20 minutos. Essa cama de maçã serviria como um absorvente desses óleos indesejáveis. Realmente, depois de assar as avelãs, as maçãs haviam puxado bastante óleo da porção, o que tinha me deixado bastante animado.

Procedi com a produção como deveria e para meu espanto, ontem ao degustar a primeira garrafa da minha utopia, tive minhas decepções:
01 - A carbonatação não ocorreu como previsto e tenho certeza que os óleos remanescentes nas avelãs contribuíram para este insucesso. Como meu amigo Juninho disse: "parece que estamos servindo Coca Cola - você põe no copo, dá aquela espuma toda e logo depois some tudo". E foi isso mesmo o que aconteceu. A foto abaixo mostra o momento seguinte que havia servido a cerveja no copo.
02 - O aroma já indicava oxidação da cerveja, pelo forte cheiro de "ferro" que senti antes de degustar. E ao provar a cerveja, minha impressão havia se confirmado. Mas já adianto que este problema foi causado por um erro grotesco da minha parte: pus a cerveja para fermentar e maturar em um balde de 10lts, sendo que a produção não havia passado dos 04lts, ou seja, havia 60% de espaço livre para o oxigênio "trabalhar" à vontade.
03 - O paladar não lembrava nem de longe uma brown ale. Sinceramente, o gosto estava irreconhecível. A mistura de óleos e oxidação estragou muito a cerveja e não me permitiu distinguir nada na receita. Uma pena!

Não vou desistir, mas minha próxima receita levará essência e não mais a fruta in natura.


Um comentário:

  1. Léo, uma vez uma amigo me deu uma cerveja pra experimentar, ele fez uma Viena, tava todo animado. A cerveja dele parecia Kuat... Entrava no copo, fazia espuma com bolhas enormes e depois tinha cara e cheiro de guarana'. No caso dele, conversando, percebi que fazia parada proteica pra cervejas sem trigo, parou de fazer, voltou a espuma. O cheiro de guarana ficava bem assente por causa do lúpulo Helsbrucker (não sei como escreve), que sem espuma e com o malte Viena davam essa impressão.

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