sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ótima Entrevista

Vale a pena ver esta entrevista com o Ronaldo Rossi


Cálculo do Primming

Olá cervejeiros!

Tenho lido em alguns canais ou redes sociais dúvidas frequentes sobre o uso do primming na refermentação da cerveja. Nas minhas brassagens iniciais eu usava uma conta ensinada em um dos cursos de fabricação que fiz que era a seguinte: se eu fosse engarrafar 50 litros de cerveja, fervia 500ml de água com 500gr de açúcar refinado. Em muitas cervejas minhas usei esta proporção, mas sempre observava que as cervejas carbonatavam excessivamente.

Há alguns meses, um amigo meu sugeriu usar a proporção 4x1 (quatro partes de água para cada parte de açúcar) na equivalência de 8,0gr de açúcar para cada litro de cerveja a ser carbonatada. O quadro abaixo explica melhor essa proporção em um exemplo de 20 litros de cerveja engarrafada.


Notei que a espuma produzida reduziu sensivelmente, deixando a cerveja melhor carbonatada, mas sem perder a consistência.

Espero que tenha ajudado e caso aqueles que não conheciam esta proporção e forem experimentar, favor mandarem seus depoimentos.

Cheers!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Filosofia do Bom Cervejeiro


Tabela de Conversão

Olá pessoal!

Quando comecei a brassar, tive uma dificuldade imensa em achar um refratômetro que já medisse em SG; somente encontrava aparelhos com escalas em BRIX. Por isso, montei essa tabela de conversão que tem me ajudado muito agilizando as leituras durante a brassagem. Espero que façam bom proveito.

Cheers!


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Bom Exemplo

Olá pessoal!

O vídeo que estou postando abaixo foi um dos primeiros que vi quando estava começando com as minhas brassagens. Recomendo a todos que estão iniciando no mundo dos homebrewers, ou simplesmente, querem ter novas idéias!

Cheers!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Minhas "Filhas"

Psycho Circus
(American Pale Ale)
Essa foi minha primeira cerveja em voo solo e a que tive que planejar todo o seu processo sem ajuda de amigos ou de terceiros, cuja receita também a elaborei toda sozinho e encarei a brassagem com ajuda do meu cunhado. E a responsabilidade por essa produção não era pequena, pois foi a cerveja comemorativa do primeiro aniversário do meu pequeno Henrique. E tudo deu certo, saiu como esperado e a cerveja foi muito elogiada na festa do meu filhote.
Com notas marcantes de caramelo, sua lupulagem lhe conferiu um amargor bem presente sem roubar o sabor da cerveja. Depois repeti a receita, agora com novo rótulo (mais característico ao nome), mas com as mesmas propriedades da primeira.

Ficha Técnica:

- OG: 1057
- FG: 1015
- IBU: 34,9
- SRM: 8,1
- ABV: 5,5%
Ingredientes:
- 80% Malte Pilsen
- 20% Carared
- Northen Brewer (60’ fervura)
- Saaz (15’ fervura final)
- Nottingham Yeast (sachê)


Back in Black
(Dry Stout)
Com esta cerveja, estava tentando realizar a proeza de fazer uma Dry Stout de primeira; sem ainda não ter muita experiência no assunto. Na época, esta receita era mais difícil de ser encontrada, o que me deu um trabalho maior para elaborá-la. Com a ajuda dos meus amigos Paulo e Rolf, colocamos os maltes na panela e encaramos o desafio.
Neste processo, resolvemos brassar a cerveja no processo de rampa única; o que não foi uma escolha muito acertada devido a nossa experiência. Não conseguimos controlar muito bem a temperatura da rampa, o que gerou uma extração maior de açucares não fermentáveis. Resultado: uma cerveja mais encorpada, com menos álcool mas com fortes presenças de café e chocolate em seu paladar. E não menos gostosa, diga-se de passagem.

Ficha Técnica:

- OG: 1054
- FG: 1027
- IBU: 40,0
- SRM: 39,3
- ABV: 3,5%
Ingredientes:
- 68% Malte Pale
- 17% Malte Pilsen
- 7% Carafa III
- 7% Carafa Special I
- 1% Malte Torrado
-  Hallertauer Northern (60’ fervura)
- Nottingham Yeast (sachê)


V8 Dart Weiss
(Weiss Beer)
Minha primeira cerveja de trigo. Confesso que não é o meu estilo de cerveja favorito, mas era mais um desafio a ser encarado. E como meu cunhado é um cara que gosta muito de Dodge e em especial deste estilo de cerveja, surgiu o nome desta cria.
Procurei seguir ao máximo as regras germânicas de produção, utilizando na receita 50% de malte de trigo além de todos os ingredientes terem sido importados da Alemanha. E o resultado foi muito positivo, tendo tido boa aceitação aos apreciadores de cerveja. Cerveja com coloração característica e notas marcantes de baunilha e banana.
Ano passado, tentei novamente repetir a receita; mas tive problemas com contaminação no meu fermentador o que me fez perder todo o lote. Lastimável!

Ficha Técnica:

- OG: 1057
- FG: 1012
- IBU: 13,9
- SRM: 5,0
- ABV: 5,9%
Ingredientes:
- 50% Malte Trigo
- 47% Malte Pilsen
- 3% Melanoidina
- Hallertauer Hersbrucker (60’ fervura)
- Hallertauer Tradition HVG (10’ fervura final)
- WB-06 (sachê)


Final Frontier
(Belgian Tripel)
Em parceria com meu velho amigo Paulo, elaboramos uma receita de Tripel para nosso portfólio. Era um desafio em tanto, pois se trata de um dos estilos de cervejas mais complexos de se estudar e elaborar receitas integrando seus ingredientes. Estávamos certos que a brassagem seria um sucesso, pois revisamos a receita diversas vezes, inclusive com opiniões de cervejeiros experientes.
O que não contávamos era que deixamos de considerar a informação do fabricante contida no rótulo e excedemos (bastante) o uso deste na receita, deixando a cerveja muito cítrica. Optamos em deixar a cerveja descansando por mais um ano depois de engarrafada, na esperança desta nota atenuar, mas aconteceu o oposto; ela aumentou.
Recentemente, descobri que ainda tenho algumas dessas garrafas guardadas e um amigo meu, chef de cozinha, experimentou e propôs uma correção à cerveja, acrescentando um tipo de açúcar no copo na hora de servir. Ajudou bastante, melhorou o drinkhability, mas ainda está longe do que havíamos idealizado. Ainda vou repetir esta receita, agora com mais acerácea em seus ingredientes.

Ficha Técnica:

- OG: 1079
- FG: 1015
- IBU: 34,7
- SRM: 7,4
- ABV: 8,5%
Ingredientes:
- 82% Malte Pilsen
- 4% Malte Trigo
- 2% Caramel/Crystal
- 12% Candy Sugar Clear
- East Kent (60’ fervura)
- Hallertauer Hersbrucker (15’ fervura final)
- East Kent (15’ fervura final)
- Noz Moscada
- Casca de Laranja Doce Desidratada
- S-33 (sachê)
- T-58 (sachê)
- S-04 (sachê)


Fear of the Dark
(Robust Porter)
Uma cerveja que era pra ser uma e virou outra. Esta é a melhor definição para o que aconteceu com esta minha criação.
Primeiramente, estava querendo refazer minha receita de Dry Stout, mas como estava com dificuldades de assimilar novos ingredientes à receita antiga, resolvi repetir a primeira com novas matérias primas.
O processo de produção ocorreu como previsto, sem nenhuma surpresa. Mas nesta cerveja, aconteceu algo que não havia acontecido na primeira: a fermentação foi diferente. A Dry Stout havia atenuado pouco devido a grande extração de maltose não fermentável durante a brassagem. Nesta, a extração desses açúcares foi menor, o que me proporcionou uma cerveja menos encorpada em relação a primeira. Algumas notas tiveram mais presença nesta cerveja, como caramelo e chocolate. Assim, depois de analisar com mais cuidado suas características, resolvi reclassificar esta cerveja para Robust Porter.
Não é muito agradável dizer que fiz uma cerveja e saiu outra, mas aprendi que cada passo em um processo de produção deve severamente ser respeitado, para que um deslize não transforme todo seu trabalho em desperdício. Não perdi nada, ganhei uma nova receita e uma cerva que guardo até hoje algumas garrafas.

Ficha Técnica:

- OG: 1072
- FG: 1030
- IBU: 43,1
- SRM: 33,6
- ABV: 5,5%
Ingredientes:
- 80% Malte Pale
- 11% Malte Pilsen
- 4% Carafa III
- 4% Carafa Special I
- 1% Malte Torrado
-  Hallertauer Northern (60’ fervura)
- Nottingham Yeast (sachê)
- S-04 (sachê)


Hellraiser
(American Amber Ale)
Talvez seja esta o maior desastre de todas as minhas produções. Em uma parceria feita com meus amigos Felipe e Juninho, decidimos criar uma receita que fosse bem característica deste estilo, com seus índices de cor, IBU e ABV bem próximos do limite.
Estudamos muito o estilo, montamos receitas, trocamos ideias e batemos o martelo sobre o uso dos ingredientes.
Mas com uma coisa eu não contava: em um canto no fundo do meu fermentador, havia uma colônia de bactérias instalada. Mesmo tendo sido lavado com detergente e com PAC200, a colônia foi mais resistente e contaminou toda a produção. As primeiras garrafas ainda estavam “bebíveis”, uns 02 ou 03 dias após serem envasadas. Mas a partir daí, a cerveja tomou um gosto de iogurte misturado com melado. Ficou horrível. Só consegui descobrir onde estava esta colônia no meu fermentador depois que o enchi com água comum e deixei por mais de um mês ali parado. A colônia se proliferou e “mostrou a sua cara”. Saneei o problema de contaminação, mas até hoje não me conformo de ter perdido essa produção, ainda mais um lote compartilhado com dois amigos meus.

Ficha Técnica:

- OG: 1061
- FG: 1015
- IBU: 39,4
- SRM: 16,4
- ABV: 6,1%
Ingredientes:
- 50% Malte Pale
- 28% Malte Munich
- 11% Caramel 40L
- 11% Caramel 60L
- Nugget (60’ fervura)
- Willamette (10’ fervura final)
- US-05 (sachê)


Cai Cai
(Imperial IPA)
Talvez a cerveja mais divertida feita por mim. Não por ter sido engraçado o dia da fabricação, mas por ter sido uma cerveja concebida sem a necessidade de seguir rigorosamente as regras do BJCP. Para se entender melhor o que foi dito, essa cerveja foi proposta para comemorar os 10 anos do CaiCai, um bloco de carnaval formado por amigos que curtem Rock and Roll, marchinhas de carnaval e muita bebedeira. E esses dez anos deveriam ser “bebemorados” com uma cerva forte, mas que agradasse o paladar (se não de todos) da maioria.
Sem a “sombra” do BJCP na elaboração da receita, propus algumas misturas de maltes, o uso de candy sugar para aumentar o OG e carregar vigorosamente os lúpulos na receita. Foi nessa receita também que fiz meu primeiro dry-hopping, deixando de lado o medo de estragar a cerveja com tanto aroma de lúpulo. Ao final, a cerveja conseguiu atingir um certo equilíbrio; pois com alta notas de lúpulo, corpo e álcool; não houve alguma característica que sobressaiu sobre a outra, deixando-a forte, encorpada, lupulada e aromática. Boa pra cair de cara no chão depois de beber bem.
O resultado com aqueles que beberam dela foi muito bom, até mesmo surpreendente: o único questionamento que tive da cerveja foi o excesso de álcool, mas não pelo paladar etílico; e sim pelo resultado final após 02 garrafas bebidas.

Ficha Técnica:

- OG: 1104
- FG: 1024
- IBU: 119,5
- SRM: 14,7
- ABV: 10,7%
Ingredientes:
- 52% Malte Pale
- 12% Carared
- 8% Caramunich II
- 28% Candy Sugar Clear
- Chinook (60’ fervura)
- Nugget (10’ fervura final)
- Chinook (dry hop)
- Nugget (dry hop)
- T-58 (sachê)


Dart V8
(Hop Weiss)
Não tenho muito a acrescentar sobre essa cerveja em relação às de trigo feitas por mim anteriormente. A única diferença das demais é que dobrei o uso do lúpulo nesta receita, aumentando seu IBU e consequentemente; melhorando o paladar da cerveja. Na minha modesta opinião, o melhor drinkability de todas as weiss já feitas.

Ficha Técnica:

- OG: 1053
- FG: 1011
- IBU: 36,7
- SRM: 5,9
- ABV: 5,5%
Ingredientes:
- 50% Malte Trigo
- 44% Malte Pilsen
- 6% Melanoidina
- Hallertauer Tradition (60’ fervura)
- WB-06 (sachê)