Depois de muito pesquisar e tirar
ideias de vários outros equipamentos, decidi montar o meu. Com ajuda do meu
cunhado, saímos pesquisando os itens que compunham uma nano cervejaria e fomos
garimpando muita coisa boa.
Compramos as panelas de 60 (uma)
e 80 (duas) litros, mandamos fura-las em um torneiro; compramos as válvulas, os
registros e seus componentes para as mesmas e instalamos nelas. Aproveitei a
tampa da panela de 60 litros, cortei as abas, dobrei-as e fiz centenas de
pequenos furos nela com minha furadeira. Estava pronto um fundo falso fruto de
uma gigantesca gambiarra. E olha que sempre funcionou, até o dia que as abas “arriaram”
e ele não mais aguentava o peso do malte. Também fiz uma “bazooca” com malha de
aço de mangueira de gás. Funciona perfeitamente até hoje, apesar de estar bem
judiada com o passar do tempo e das brassagens.
Ao invés de montarmos um suporte fixo
para os fogareiros, desenhei (com toda minha experiência em metalurgia), três gavetas
de aço fixadas na parede por suportes ou “mãos francesas” para acondicionamento
das panelas de lavagem, brassagem e fervura – usando o sistema de transferência
por gravidade. Esta disposição e acondicionamento do suporte facilitaram em muito
a higienização do equipamento, pois estas gavetas são móveis, simples de
carregar e de fácil acesso a limpeza. Também levei em consideração o fato de
usarmos não mais que dois fogareiros de alta pressão ao mesmo tempo – daí surgiu
a ideia de compor o equipamento com dois queimadores móveis, o que reduziu o
custo consideravelmente e otimizou a disposição da distribuição de gás.
Ainda não tenho um trocador de
placas para resfriamento, então bolamos um sistema com dois schillers de cobre para resfriamento
do mosto. O primeiro (menor) fica imerso em um recipiente com gelo moído e este
é ligado ao outro shiller que fica imerso no mosto. Inicialmente, passo água
corrente pelo sistema o que ajuda a “quebrar” a temperatura de fervura em que
se encontra o mosto. Findo esse pequeno choque térmico, inicio uma circulação
de água sobre esse sistema para não haver desperdício. Consigo resfriar o mosto
antes de leva-lo ao fermentador em aproximadamente 20 minutos.
Para facilitar a produção,
encomendei um fermentador cônico feito de polipropileno alimentício com capacidade para 75 litros, conforme as medidas internas de
uma velha geladeira que herdei da família. Ele se encaixa perfeitamente na geladeira
que tem um TIC instalado nela para controle de temperatura. Sem necessidade de transferências
do mosto para baldes ou barris entre as etapas de fermentação e maturação, esse
fermentador também funciona para este último processo. O meu trabalho, além de
controlar o FG da cerveja, é expurgar a “lama” de levedura que se acumula no
fundo do fermentador e controlar as temperaturas de fermentação e maturação na
geladeira.
Os demais itens como moedor,
refratômetro, phemtro, etc; são itens que não dá pra bolar e são meus
acessórios indispensáveis para o serviço.
É um equipamento simples, que aos
poucos vou modificando, buscando otimizar seus processos e automatiza-lo, sem
deixar de tê-lo como artesanal.